
Ambos foram vistos essa noite na
orla carioca.
Ela, a barata, foi vista primeiro, cambaleava
sobre um píer de madeira, não sabia exatamente para onde queria ir, ou de que
maneira chegar, parecia meio bêbada. Grogue talvez, não tive condições de averiguar a
origem de seu desnorteio, apenas apreciei, por um curto tempo sua tentativa de
não estar ali, visível aos homens e bem
ao alcance de seus pés. Em uma fresta do píer ela se foi, espero que saiba
nadar!
Ele, o homem, foi visto depois,
não muito tempo, mas eu já havia esquecido da barata, quando o vi. Intrigado com a situação, dois seres
totalmente diferentes, porém albinos, em uma noite só! Parei de pedalar e apreciei seu caminho. Não
estava nada bêbado! Caminhava sobre as pedras portuguesas do calçadão de
Copacabana, com firmeza e, diferente da barata sabia exatamente para onde
queria ir. Não havia fresta para ele, mas havia uma faixa de pedestre, onde
pisando nos retângulos brancos, que combinavam com sua tonalidade de pele e sua
camisa também branca, foi-se pela Rua Santa Clara.
Voltei a pedalar, pensando nos “encontros”
e torcendo para que eles, como a coceira na mão esquerda ou a visão de uma
estrela cadente, sejam o prenuncio de algo bom.
J
2 comentários:
Tenho um blog sobre albinismo, se quiser acessá-lo, eis o endereço
http://www.albinoincoerente.com/
Abs
Roberto
Po, legal!
Já aconteceu isso comigo, mas o albino sou eu.
Uma dona veio falar comigo e me responsabilizar por um lance legal que aconteceu com ela depois que ela topou comigo na rua. Ela mora no meu bairro. Hahaha!
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