Frase da Semana

"A MINHA FELICIDADE DEPENDE DA QUALIDADE DOS MEUS PENSAMENTOS"





terça-feira, 28 de abril de 2009

MONTANHAS RUSSAS



Nunca fui uma criança muito corajosa. Na verdade não me recordo de nenhum feito onde poderia destacar bravura ou aventura. Porém isso nao significa que tenha sido uma criança medrosa. Como qualquer outra lembro-me de medos bobos (?) como vampiros, tinha o hábito de assistir com meu pai, muitos filmes de terror (ele adorava!). Certa feita, após ter assistido um filme do gênero passei dias dormindo com a cabeça toda sob o lençol, pois achava que algum morcego vampiro iria entrar pela janela! Fantasmas também, pois minha mãe dizia ter visto um e eu, claro, acredito em minha mãe!

Aos temores imaginários juntaram-se outros, bem concretos: montanhas russas, loopings, body-jumps. Em uma viagem aos Estados Unidos, com amigos, fui obrigado a visitar um parque que tinha uma das maiores montanhas russas do planeta e outras, menores que seriam variações da original. O resultado foi deprimente, pois paguei uma fortuna, para ficar passeando pelo parque, até que descobri um refúgio nos carrinhos que batem, fiquei tanto tempo lá que ganhei uma espécie de passe extra, pois o atendente disse-me uma vez, que eu não precisava mais sair e ir para a fila, poderia fica no carro. Que vergonha!

O tempo passou e com ele alguns dos temores, passaram a ser nomeados de "coisas a se pensar". Afinal, comecei a não achar lógico ter medo de coisas, que não pudesse ter uma explicação. Como uma criança, que em tenra idade não gostava de peixe, porque simplesmente não gostava, hoje o adulto que ela se tornou, ama salmão, que é peixe! O medo de vampiros e morcegos, tornaram-se inversamente proporcionais aos anos. Quanto aos fantasmas, ainda os respeito, mas como não deparei com nenhum até hoje, acho que não existe mais medo.

Faltaram as montanhas russas! Desde minha visita ao renomado parque americano, nunca mais tinha me aproximado de uma delas. Até recentemente, quando fui ao Hopi Hari, um parque próximo de Campinas em São Paulo. Lá me deparei com uma, e com aquela visão, veio a minha necessidade de comprovar, se o meu medo, havia sumido como acontecera em relação a Drácula e Jason. Apesar do frio na espinha, era imperativo, fazer o teste, me lançar na aventura de sentar naquele carro e fazer aquele percurso sobre trilhos, que tanto fascina alguns.

A fila, era quilométrica, o tempo de espera imenso. Mas a necessidade de comprovação, ou melhor do possível exorcismo do medo, valia cada minuto sob aquele sol.

Chegou minha hora, sentei-me no carro, abaixaram o que chamo de cinto metálico que evitaria que fosse cuspido longe, em alguns percursos daquela enorme construção de madeira. E assim começou, o que denominarei de uma péssima viagem, foram 3 minutos e 40 segundos, não de pânico, mas de total desconforto. Fiquei de olhos abertos até o cume da montanha, antes da primeira descida, mas assim que o carro despencou, fui obrigado a fechar os olhos. O vento era intenso e a sensação de queda mais o barulho do carro, que parecia desmontar, me obrigou a isso. Foi medo? Sim, mas não da montanha em si, mas de cair do carro ou voar junto com ele para fora dos trilhos. Depois de várias voltas e várias subidas e descidas a uma velocidade acima da média. Cheguei a conclusão que não tenho mais medo de montanha russa, tenho é um estômago fraco e não suporto a sensação de fragilidade que aquele carro me proporcionou.

Se volto lá? Acho que não! Talvez faça uma experiência em alguma outra, que não pareça desmoronar a cada curva!

Um comentário:

Ana Paula Cardoso disse...

Enfretar os medos é ótimo, mas não precisamos nos violentar. Se um dia tiver tempo, baixe a música "Beautiful Boys" (é no plural, porque existe uma outra canção do Lennon que é só Beautifull Boy, feita para o filho Sean), que a Yoko Ono fez a letra e o Jonh musicou. É ela que canta. Tem uma parte que ela diz "Don't be affraid to go to hell and back,don't be affraid to be affraid"