Frase da Semana

"A MINHA FELICIDADE DEPENDE DA QUALIDADE DOS MEUS PENSAMENTOS"





terça-feira, 27 de dezembro de 2011

COPO CHEIO OU COPO VAZIO?


Uma pergunta que, como diversas, responderemos com a seguinte prerrogativa: depende!

Isso mesmo, depende de diversas coisas, principalmente do que será colocado nele, e do que somos, almejamos e podemos.

No momento essa pergunta surgiu, quando pensei que gostaria de começar o novo ano, com minha mente como um copo vazio de preocupações, zerando tudo aquilo que durante, não só esse último ano, mas todos os anteriores encheram esse meu “compartimento cerebral”, com preocupações e coisinhas irritantes, como desapontamentos e desilusões.

Dizem que tristezas e chateações servem para aprendermos e nos tornar mais sábios e sensíveis, concordo! Mas existem algumas que deveriam ser expurgadas imediatamente após acontecidas, porque não vão trazer muito benefício, pelo contrário vão ficar “martelando” na cabecinha por muito e muito tempo, e já viu alguém fazer cara bonita quando está preocupado ou aborrecido?

Ainda não encontrei uma filosofia ou um tratamento que me faça deletar alguns aborrecimentos, mas meu desejo para minha nova vida, a partir desta postagem, é que eu possa me livrar rapidamente de pensamentos e atitudes, que durante toda a minha existência, só me atrapalharam! Ninguém merece!

Um feliz Ano Novo, com o copo vazio de sentimentos mesquinhos e tolos, passível então, de ser preenchido com nobreza, sensibilidade e muitas atitudes positivas!

Isso serve para mim e para todos os meus três leitores.

Beijos e Abraços.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

DEFINIÇÕES


Faz mais de um mês que não posto nada. Andei muito indolente e preguiçoso mesmo. Uma preguiça nada positiva, pois me senti travado, sem vontade de fazer muita coisa. Tive vontade de sentar e escrever, rascunhei mentalmente algumas idéias, mas não consegui transpô-las para o teclado!

Hoje, recebi um "email" de um amigo, com essa mensagem, que se diz de autoria do Mário Quintana. Pois bem, gostei muito, fiz só uma pequena mudança no final, mas isso se deve ao meu atual comportamento arredio.

Pois bem, dividindo com vocês, ai vão algumas definições:

Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

Louco é quem não procura ser feliz com o que possui.

Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

Diabético é quem não consegue ser doce.

Baixo é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

Miseráveis são todos os que não conseguem fazer o bem!

E... a amizade é um amor que nunca morre!

:-)



sábado, 23 de julho de 2011

AMY & JANIS



Dizem que a história se repete!

Hoje, Amy Winehouse, cantora de estupenda e maravilhosa voz, foi encontrada morta em seu apartamento em Londres. Provavelmente a razão está ligada ao seu histórico de drogas e álcool. Não vou me ater aqui a esse fato, sei que a mídia discutirá exaustivamente isso!

Com esse acontecimento perdemos uma voz maravilhosa e marcante. Uma mulher muito jovem, de 27 anos, cuja vida não foi o que podemos chamar de exemplo de luta. Cuja música mais famosa "Rehab", brinca com aquilo que possivelmente a traria ao desfecho deste sábado. Ao mesmo tempo que bate uma tristeza, bate uma raiva por achar que ela não lutou o suficiente.

Mas quem sou eu, para julgar seja quem for, devo entender que cada um tem sua cota de força, a vida é uma batalha diária e que, como dizia Clarisse Linspector: "viver é quase incômodo, ultrapassa qualquer entendimento".

Aos 27 anos também, há quase 41 anos, morreu de complicações com drogas e álcool, Janis Joplin, ícone rock dos anos 60. Que também consciente de suas fraquezas disse: "Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã."

Duas vozes estupendas, duas grandes perdas artísticas, duas mulheres jovens cuja curta trajetória de vida, ficará nas nossas mentes como prova de que um dom, no caso a voz, e o sucesso, não são suficientes para nos manter de pé. Com certeza precisamos de algo interior, uma fé, principalmente em nós mesmos que nos permita levantar todos os dias acreditando que podemos transformar tudo ao nosso favor.

Bye Amy!





quinta-feira, 21 de julho de 2011

O QUE TE INCOMODA EM MIM?


Sou negro, sou branco, sou criança, sou velho, sou judeu, sou evangélico, sou pobre, sou rico, sou ignorante, sou intelectual, sou gay, sou hétero, sou deficiente, sou homem, sou mulher!

Qual das características acima tanto assusta a ponto de algumas pessoas olharem com ar de reprovação? Nojo mesmo, às vezes!

Quem deu, a algumas pessoas, o certificado da perfeição e o direito de ofender, verbal ou fisicamente?

Por que a vida dos outros, o meio de vida e a forma de vida incomoda tanto a alguns?

Ontem, deparei no jornal com a notícia de que pai e filho foram brutalmente espancados, em um festival, numa cidade interiorana, por terem sido tomados por um casal gay, somente porque estavam abraçados. Mais uma vez a bestialidade humana, vestida de valores hipócritas ataca!

Para os que agridem sempre há uma justificativa. Seja ela religiosa, seja ela pessoal. Tem horas que paro e imagino, como tudo isso surgiu e visualizo umas duas ou três pessoas dizendo não achar isso ou aquilo certo, e tantas outras, cegas pela ignorância, dizendo "amém" e fazendo reverências a opiniões e idéias absurdas e castradoras. Ora, todos têm o direito de não gostar disto ou daquilo, mas não o de preterir, humilhar ou agredir seja lá quem for.

A intolerância deve ser sempre punida e, para mim nestes casos, o martelo da justiça deveria ter o mesmo peso, para que os agressores sintam na pele a mesma dor causada.

Desculpem, meus três leitores, se aqui abandono, um pouco, a suavidade e a leveza, mas notícias como esta, que não estão sendo raras, me irritam profundamente e acabam com meu bom humor!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

SEXO... AINDA!


Acordei com ele no pensamento! Sim, o sexo!
Acontece que postei o texto anterior a esse, pela madrugada, antes de dormir e acho que não consegui deixar claro o que realmente me preocupa.

Não é com certeza o sexo em si. Como escrevi, seu desejo é uma manifestação natural, todos mantendo suas devidas características o vivenciam, e mesmo aqueles que por ventura, como exemplo os celibatários, o evitam, não o deixam de sentir. Mas isso é para outra divagação!

Sexo é necessário, tem até o super batido papo de perpetuação da espécie e blá, blá, blá. O que me incomoda é como ele está fazendo parte do cotidiano de crianças e adolescentes.

Para mim, falar de sexo, entender o que ele significa e quando e como deve ser feito é tão importante quanto tirar a carta (carteira) de habilitação. Péssima comparação? Bom.... imagine todas as responsabilidades advindas de uma transa mal planejada,DSTs e gravidez são somente alguns exemplos e que podem mudar a vida de um adolescente para sempre! Mesmo risco há em
pegar um carro sem saber dirigir. Os acidentes e as possíveis vítimas podem mudar essa mesma vida para sempre.

O que tenho visto é um apelo sexual muito grande e nenhum suporte! Outro dia em uma das minhas salas de aula, turma da antiga 5a série, idade média 11 anos, um grupo de alunos, liderado por um mais "espertinho", estavam discutindo como se faz a "espanhola". Onze
anos!!! Por favor!

Em outro exemplo, quando era diretor de uma escola, fui chamado a intervir em uma sala, onde a professora assistiu, no momento em que entrava, um casal de adolescentes simulando para a turma como se faz um sexo oral.
Sem contar, na mesma escola, a briga entre alunas, pois uma postou em seu orkut a foto do "bilau" do namorado da outra. Pera aí, como é que a foto do dito cujo, foi parar na página da outra? E como a namorada reconheceu? Foram as perguntas feitas, na presença dos responsáveis, pelos próprios e o desenrolar da história fica para outra hora.

Isso que está me preocupando: sexo demais e consciência de menos! E a sociedade e a mídia só me desesperando mais e mais!

Pronto, chega de sexo! Vou descansar.

SEXO, NOS TEMPOS DA MTV


Hoje, domingo, dia mundial da preguiça, aproveitei um pouco e abusei dela.

Fiquei na cama até mais tarde, zapeando os canais da tv. Entre um canal e outro, um clipe de música e outro, uma propaganda e outra, percebi que estamos voltando às origens animais no quesito sexualidade!

Tudo agora gira em torno dele, do sexo, nunca se vendeu tanto com mulheres e homens quase ou completamente nus. A sensualidade nunca esteve tão em evidência. Nos clipes de música, não há uma nova cantora vestida completamente, todas usam, quando usam, shortinhos curtíssimos, delineando suas protuberâncias, e “soutiens” ou “tops” suficientemente apertados a ponto de deixar bem destacado seus, naturais ou não, volumosos seios .

As letras falam sobre o sexo, suas facilidades e seus efeitos, como fazê-lo bem, com quem e quando. Os Carpenters, Bob Dylan e outros cantavam a beleza dos pássaros e da natureza. Gaga, Britney e outras cantam a beleza de suas curvas e como aproveitá-las.

Não vou ser severo somente os estrangeiros, ouçam os atuais funks e suas tão educativas letras, o que eles ensinam? Sexo.

Voltemos os olhos para nossos adolescentes “brasucas”. Nossas meninas que usam e abusam dos seus minúsculos shorts de lycra, do rebolado e dos seus atrativos naturais. Nossos meninos que já cedo, fazem exercícios para moldar seus tórax e compram suas bermudas acreditando que vão engordar 10 quilos assim que sairem da loja, como não acontece, tais bermudas vivem nos joelhos.

Reconheço que o sexo, a partir das cargas naturais de hormônios, é o principal motivo de diversas coisas em nossas vidas. É natural! Somos animais, por mais que queiramos ser racionais, tais desejos fazem parte dos nossos instintos. Nos vestimos, freqüentamos academias e nos enchemos de produtos químicos, seja internamente, seja externamente, somente para nos tornar atraentes para outros, e para quê? Conquista e sexo!

Admito isso e não quero parecer um hipócrita, mas sou de uma época de ingenuidade, fui uma criança ingênua nesse sentido, a música mais picante talvez tenha sido composta pela Rita Lee, quando dizia “Meu bem você me dá água na boca, vestindo fantasia, tirando a roupa...”. Claro que o sexo sempre foi uma curiosidade, repito é natural, era um assunto velado e por isso era misterioso e seu acesso, mais difícil. Talvez por isso, levado mais a sério! Hoje, ele está bem aparente em diversos “sites” da internet, e em diversas cenas das novelas, clipes de músicas e filmes.

Não sei dizer se foi melhor para mim a descoberta mais tardia dele, do que está sendo para as crianças e adolescentes atuais, só sei dizer que estou achando estranho andar pelas ruas e deparar com todas as calcinhas e cuecas à mostra. "Cofrinhos" e pêlos pubianos visíveis pelos rebaixamentos propositais das calças compridas e bermudas. Ouço crianças falarem sobre sexo, como eu falava sobre os bonecos do forte apache, assuntos distintos, mas que atualmente estão no mesmo patamar, tratados como brinquedos. Beijar todos, ficar com todos e experimentar todos, são as máximas dos bailes e das festinhas.

Os corpos estão à mostra, menos roupa, mais pele. Será que essa sensualidade exagerada não pode desbancar para uma sexualidade sem controle? E vamos chegar a um tempo que teremos que jogar baldes de água gelada, para separar os que estiverem fazendo sexo na nossa esquina? Bom... mais uma para a famosa “quem viver verá!”


domingo, 5 de junho de 2011

GOSSIP POINT OF VIEW

Na minha primeira visita a Nova Iorque, há anos, uma das coisas que fiz questão de visitar foi o Hotel Waldorf Astoria , por toda uma história de suntuosidade que rolou ao seu redor. Achei que seria chique conhecê-lo, mesmo sabendo que não teria condições de me hospedar.


Meu ponto ao comentar sobre essa passagem da minha vida é porque após uma sucessão de episódios de uma série americana, que retrata a alta sociedade do Upper East Side, me pergunto: o que é ser chique?


É ter dinheiro e poder frequentar lugares caríssimos? Comprar em lojas com preços absurdos, produtos quase exclusivos? Viver essa imagem que nossa sociedade consumista e a mídia nos impõe?


Não é negável que estar bem vestido, viajar e poder desfrutar de oportunidades maravilhosas como visitar lugares badalados e históricos, comer bem e ter conforto, faz com que sintamos como parte de algo bom, faz bem pra nossa auto estima, pelo menos para mim é assim.


Gloria Kalil escreveu:


“Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje.
A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.
Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro italiano.
O que faz uma pessoa chique não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.
Chique mesmo é quem fala baixo.
Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.
Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.
Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.
É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.
Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.
É lembrar-se do aniversário dos amigos.
Chique mesmo é não se exceder jamais!
Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.
Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.
É “desligar o radar”, “o telefone”, quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.
Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o “homenageado da noite”!
Chique do chique é não se iludir com “trocentas” plásticas do físico… quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância… falsidade.
Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos, sem levar nada material deste mundo.
Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.”

Muito bem dito, não? Mas viver dessa maneira e ainda poder brindar com um champanhe na primeira classe de um vôo para New York é tudo!


;-)










segunda-feira, 9 de maio de 2011

DESCAMINHOS DA EDUCAÇÃO 1


No momento, se debate no país o aumento da carga horária do aluno na escola.

Se formos considerar aluno, como aquele personagem que vem para a escola, educado, com modos, hábitos salutares e sabendo exatamente o que significa ser aluno (respeitoso, organizado, interessado), então serei eu o primeiro a levantar a bandeira favorável. Pois esse aluno merece maior atenção e muito mais preparo para um futuro, que acredita-se promissor.

Por outro lado, se falamos do aluno que hoje em dia é o espelho da juventude, desrespeitosa e desinteressada. Que só vem para a escola com o intuito de colocar em dia sua conversa e demonstrar, tudo aquilo que aprendeu na rua, então sou eu o primeiro a gritar por um não!

Como sempre, nossos pedagogos de plantão, estão olhando para o cume da pirâmide social, ao acreditar que um aumento de carga horária seja favorável ao alunado. Estou em sala de aula há mais de 15 anos, e nesse tempo todo percebo a ladeira que a educação vem descendo. Exigem-se números, IDEBs e IDs quaisquer, maiores. Estampam em jornais e revistas a vergonhosa posição que nosso país ocupa nas classificações educacionais, com isso culpam os professores por não se atualizarem, não se modernizarem, não se moldarem à nova realidade, porém ninguém assume a suspeita qualidade dos alunos que temos.

A atual realidade está muito mal! Vivemos a era do paternalismo, onde tudo é dado e nada é cobrado! Lembro-me que, quando criança tinha todo o cuidado do mundo com o meu estojo escolar, lá estavam as canetas que eu escolhera, os lápis de cor que eu usava para colorir meus desenhos, meu apontador com compartimento para sujeira, minha borracha branquinha, etc. E sempre que chegava em casa ou ia para a escola, checava se todos os meus pertences ali estavam. Amava cada item e respeitava também, os dos meus colegas, pois imaginava a importância que para eles tinha cada um daqueles objetos.

Era criança, e como toda criança, não tinha todos os meus valores formados, no entanto respeitava os mais velhos, porque aprendera que isso deveria ser feito, estudava, porque gostava e porque sabia da importância, que para ser um engenheiro ou um médico, era necessário estudar. Mas acima de tudo isso, sabia valorizar aquilo que meu pai havia comprado “com o suor do trabalho”, como ele sempre dizia.

Hoje em dia tudo é dado na escola pública, desde o lápis até o uniforme, passando pelos cadernos e livros. E o que acontece? Nada é valorizado, encontro de vez em quando, materiais no lixo ou deixados pelas salas de aula. Levados aos “achados e perdidos” da escola, por lá ficam meses! Isso porque o governo deu e não tem valor nenhum para eles. Não lhes custou nada, e por isso não é valorizado. Se o governo acha que, com essa atitude está estimulando-os a escrever, ler, aprender, desculpe informar, mas não está funcionando.

Pergunto aos alunos o que pretendem ser quando crescerem, ouço silêncio, ou respostas como modelo, jogador de futebol, MC, inclusive traficante e ladrão. Alguns podem dizer: são crianças e falam só para fazer onda! E eu respondo, não, não são mais tão crianças, são adolescentes de 15 ou mais idade, são rapazes e moças, que já iniciaram uma vida sexual e conhecem o valor da violência. Pois a praticam quando preciso.

Me assusto! Sinto que a escola pública e paternalista, está estragando nossas crianças. Não vejo, nos olhos da maioria o brilho do querer saber, da descoberta, do interesse. Vejo-os apáticos e representando comportamentos tribais e desrespeitosos. Penso que, de nada adianta manter cerceados em um terreno com um prédio principal e uma quadra, pessoas que não vêem naquela estrutura algo positivo, que não valorizam suas salas e seus representantes. Pior, não valorizam o produto que lhes é ali oferecido: o conhecimento.

Antes de aumentar a carga horária, gostaria que se pensasse em meios de transformar essa criança em um aluno e não um ser obrigado a ficar mais tempo onde a “brincadeira” não lhes agrada.

Pergunto: você ficaria? Você gostaria?

segunda-feira, 14 de março de 2011

ÀS VÍTIMAS


Após cada acontecimento, tempestade ou tragédia que sofremos durante nossa passagem por esse planeta, há sempre uma pergunta: como recomeçar?

Alguns perdem casas, roupas, documentos, perdem filhos, perdem o rumo. Como acordar no dia seguinte e recomeçar sem ter onde morar, o que usar, se apoiar?

Nunca estive numa calamidade como essas, acometida pelas águas, seja de chuva, seja do mar ou por qualquer evento da natureza, ou mesmo provocado pelo homem. Não sei o que é estar ali, olhando para os destroços e neles identificando o que um dia fora minha vida.

Mas isso não me faz imune a dor e tão distante dos fatos, a ponto de não me causarem tristeza e pesar. Recomeçar exige força, exige crença na necessidade de se levantar e reconstruir. Exige amor, por si e por aqueles que, por ventura, necessitem ver em nosso olhar, a esperança de que tudo vai, na medida das perdas, ser consertado.

Minhas preces e minha força, para todos os que precisam hoje, recomeçar!

sábado, 29 de janeiro de 2011

O PASSAGEIRO DA POLTRONA 17


Em viagens solitárias, a não ser que se compre os dois assentos ou tenha a “sorte” de ir sem ninguém ao lado, estamos sempre fadados ao chamado passageiro do lado, seja esquerdo, seja direito, não temos como fugir, ele estará lá. Bem próximo, dividindo um espaço exíguo durante uma viagem inteira, tenha ela a duração que for.

Já fiz diversas viagens, como qualquer um de nós acaba fazendo, durante a vida. Ultimamente, devido minhas atual condição locomotora, tenho viajado muito de ônibus. Várias empresas e diversas categorias (leito, executiva, ordinária, standard, etc.) menos primeira classe! Essa faz tempo que não viajo mesmo! Até porque ônibus não tem primeira classe! :-) Mas não importa a categoria, pois o passageiro ao lado, ou o mistério de quem ele será, só é desvendado no momento em que ele senta!

Recentemente, fui a São Paulo, para comemorar o aniversário de uma amiga. Era uma sexta feira, e como havia “cabulado” o trabalho pude pegar um ônibus do horário da tarde, para poder chegar no destino quando não houvesse muito trânsito.

Estava quente, como tem sido esses dias, lembro-me de ter comprado um dos últimos lugares disponíveis, poltrona 18, escolhi essa porque era no meio do veículo e como experiência, sei que balança menos! Ao entrar e procurar meu assento, que era no corredor, o assento 17 já estava ocupado. Não haviam ligado o ar condicionado e por isso o calor era intenso, tanto que ao sentar, dei uma de velho ranzinza e reclamei. Meu vizinho apoiou-me veementemente e com isso iniciamos aquela conversa básica sobre o tempo, chuva, etc.

Empolgado, meu vizinho, que aparentava uns 30 anos, desembestou a falar. Tinha um ar sério e falava num tom tranqüilo e baixo, coisa que chamou minha atenção, pois geralmente as pessoas falam em tom alto, principalmente em veículos em movimento, acho que por conta do barulho da rua. Pois bem, ele, talvez estimulado pelo meu lado tagarela/ouvinte, não se fez de tímido. Contou-me que trabalhava em diversas cidades, havia comprado uma moto, sofrido acidentes e adquirido cicatrizes, as quais fez questão mostrar. Tinha um filho de 9 anos, era separado, morou um tempo em uma cidade do sul, a qual não lembro o nome agora e diversas outras amenidades.

Como já estava ficando meio enjoado, sinto isso em viagens terrestres e marítimas, nas quais não sou o condutor do veículo! Resolvi propor assistirmos a um filme, que eu havia baixado na internet, assim minha atenção se voltaria para a tela do laptop e o enjôo passaria. O que ele concordou, mas antes da primeira hora do filme adormeceu. Acordando somente poucos minutos antes do fim, fazendo com que eu tivesse que contar o restante do filme perdido.

Paramos para um lanche e banheiro. Nesse momento, aproveitei e fui até um McDonald’s comprar uma das promoções, pois estava com uma grande vontade de comer batatas fritas. Quando voltei para o ônibus ele já estava lá sentado na sua poltrona 17. Ofereci batatas, ele aceitou! O ônibus partiu para sua segunda etapa da viagem.

Em dado momento, ele menciona que é uma pessoa que tem o hábito de confiar nos outros! Pensei, cá comigo: sim, mas o que vem por ai? E disse-me que tinha algo que ele gostaria de contar! Torci fortemente para que ele, não me contasse nada, pois toda vez que alguém diz que quer contar algo, esse algo não é nada simples, como todas as outras coisas que já havia falado. Temo esses momentos de catarse!

Ele não me perguntou se eu queria saber, simplesmente disparou a contar e o que ele contou foi que, quando mais jovem, fez uma besteira e que havia pago por ela. Na verdade eu não entendi muito bem se havia pago ou ainda estava pagando. Pois já começava a ficar inquieto, não que ele percebesse, pois não queria deixa-lo desconfortável naquele momento em que resolvera contar talvez o que fosse um grande segredo, algo que não dividia muito com conhecidos, bem... continuando sua declaração ele disse que, aos 19 anos, havia matado a pancadas um homem! Isso mesmo: ma-ta-do. Ou seja, naquele momento ele havia me confidenciado que fora ou era um assassino! E naquele instante meu chão sumiu! Como assim? Alguém me conta no meio da Via Dutra, a menos de 20 cm de distância de mim, que matara outra pessoa!!!???

Claro, que junto à confissão vieram os motivos. A vítima tinha abusado de seu pequeno cunhado, o qual morava com ele e sua esposa na época. Na minha cabeça passavam mil coisas, enquanto ele falava e ao mesmo tempo, eu fazia força para não demonstrar o quanto aquela informação havia me afetado. Chocado mesmo! Não dá para se ouvir de alguém uma declaração dessas e simplesmente continuar falando do tempo! Mas eu fiz isso! Não! Não falei sobre o tempo, mas procurei ouvir e participar da conversa como se ele estivesse me dando uma receita para fazer um bolo. Contou-me alguns detalhes da prisão, das brigas que ocorriam lá dentro, de sua saída de lá, de como estava vivendo esses últimos anos. Inclusive contou-me que fora sua própria esposa quem o entregou à polícia.

Não sei se ele notou algo diferente em mim, nem sei se eu demonstrei alguma coisa, somente imaginava a razão pela qual ele havia me contado aquilo! Estávamos longe, muito longe ainda do destino final. Ele tinha visto que eu estava com laptop e poderia achar que eu tivesse mais dinheiro, então um possível assalto passava pela minha cabeça. Principalmente quando ele comentou os valores que devia ao advogado, e que estava indo especialmente a São Paulo para encontra-lo.

Felizmente todos os meus temores foram infundados! Não fui roubado e muito menos “apagado” por ter ouvido aquela confissão! Não sei o nome dele, lembro-me que no começo da conversa, enquanto o ônibus estava quente somente pelo fator ar condicionado desligado, ele o mencionou, mas não era um nome comum, um daqueles que os pais devem inventar a partir de junção dos nomes deles ou de parentes, a quem queiram homenagear, por isso não memorizei.

Na despedida desejei-lhe boa sorte e deixei-o sair primeiro. Estava tenso ainda. E me perguntava: será que a vida anda tão maluca que as pessoas não se incomodam de declarar coisas chocantes como essas a estranhos? Ou será que eu é que sou muito "fresco", como diria minha mãe, e exagerei no choque!

Como vocês agiriam? Qual seria o pensamento?

Meus amigos disseram que a partir de hoje eu não devo nem dar bom dia para o passageiro ao lado. Pois depois dessa nunca se sabe! Risos.

Ah! No retorno, o passageiro ao lado foi um policial fardado! Irônico né?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A CONVERSA DETERMINANDO SEU RELACIONAMENTO


Em uma discussão com um grupo de amigos, o assunto era a importância da linguagem no relacionamento. Essa linguagem dizia respeito ao que conversamos uns com os outros, mais precisamente, o que a dupla ou o grupo que se relaciona, conversa. Quanto maior a semelhança de gostos e de conhecimentos entre eles, maior a tendência de durabilidade da relação. Concordo! Pois a meu ver uma relação é muito mais do que sexo e baladas!

Uma cena que muito me incomodou toda a vida era a do casal sentado à mesa jantando, ou no carro, sem música rolando, e nada sendo falado entre eles. Como se tivessem esgotado todos os assuntos ou não tivessem nada mais em comum para conversar. Prometi a mim mesmo que não deixaria nunca uma relação chegar a esse ponto. Caso chegasse eu abriria mão dela, e isso tem sido respeitado. Seja ela uma relação de amigos, seja amorosa.

Existem até estudos que determinam o grau de compatibilidade da conversa entre grupos e duplas, em inglês eles chamam de “Language Style Matching” que vou traduzir, ao pé da letra, como “estilo de linguagem correspondente”. Quanto maior tiver a ver aquilo que as pessoas conversam em bate papos, salas chats, sms, emails, etc., maior o grau de LSM, que varia de 0,5 a 1,0.

Atualmente estamos tentando teorizar tudo! Até Deus, já foi teorizado! Entretanto, mesmo sabendo que existem várias exceções à todas as regras, concordo que, pelo menos a forma com que nos comunicamos com nossos amigos, companheiros e cônjuges delineia bastante nossas relações dando a ela uma possível longevidade ou não!

E viva o bom papo!