Frase da Semana

"A MINHA FELICIDADE DEPENDE DA QUALIDADE DOS MEUS PENSAMENTOS"





domingo, 29 de junho de 2008

O DIA DA MARMOTA



Eu não tive o prazer(?) de ver uma marmota de verdade, mas sei que são tranqüilas e que dormem pra caramba, quase 7 meses! Parecem muito com esquilos, mas são maiores e mais gordinhas e não comem nozes e sim plantas. Aposto que quem ver um animalzinho desse, olha foto ai ao lado, claro que não vai se assustar, talvez queira levar até um como bichinho de estimação, não?

Ok, meus conhecimentos sobre as marmotas terminam aqui. Até porque não é sobre elas que quero divagar, apesar do título da postagem. Esse título se deve à tradução fiel do título de um filme, dos anos 90, que muito me agrada, e que aqui recebeu o nome de “O Feitiço do Tempo” (The Ground Hog Day).

Outro dia mesmo, “zapeando”, de repente dou de cara com o Bill Murray em mais uma cena do filme. Era umas 3h da madrugada, mas mesmo assim não resisti e mais uma vez assisti ao que chamo de “um dos meus clássicos”. Para quem não conhece, o filme conta a história de um repórter mau humorado e muito do chato, que é obrigado a cobrir a celebração do “Dia da Marmota” em uma cidadezinha, que ele acha um saco! E após uma noite de sono, depois do trabalho feito, sem explicação, acorda de novo no Dia da Marmota. Bom, a partir daí o roteiro se desenvolve de maneira muito interessante, claro que é um filme dos anos 90 e que não quis fazer ninguém mexer-se na poltrona ou criar rodas de discussão à respeito. Mas para mim é um primor de fabula.

O interessante que somente ele lembra que já viveu aquele dia, lógico somente ele estava vivendo-o outra vez, para todos os outros era um novo dia. Seu relacionamento com essa situação, que se repetiu por diversas vezes vale a pena ser acompanhado.

Toda e qualquer obra que fale sobre o tempo me fascina, ainda mas se puder manipulá-lo, intervir na história. Parece coisa de quem não está contente com sua realidade, mas não é isso. Simplesmente porque acho que sou uma criatura inquieta, e por conta disso, me agradaria poder ter a chance de mudar acontecimentos e ver no que iria dar. Sem contar em poder desfazer algumas “merdas” que fiz.

“De Volta Para O Futuro”, “A Máquina do Tempo”, “O Planeta dos Macacos”, “Em Algum Lugar do Passado”, “O Túnel do Tempo”, e mais um montão, que posso até listar depois, fazem parte dos “meus clássicos sobre o tempo”.

Lenine perguntou em sua música, o que você faria se só te restasse esse dia? Eu te pergunto, o que você faria se acordasse diversas vezes, sempre no mesmo dia?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

CADA UM COM SUA KRIPTONITA


Sei que a inveja não é um sentimento muito legal de se reconhecer, existe até uma frase, muito divulgada em plásticos para carro e pixações que diz: “a inveja é uma m...” . Mas não poderia começar o meu assunto, sem reconhecer esse sentimento vil que agora se manifesta sobre meu ser.

Minha inveja é daquelas pessoas que são capazes de superar e se recuperar de acontecimentos perturbadores tão rapidamente, que até nos faz pensar, se realmente aquilo foi perturbador. Insensibilidade? Frieza? Sangue-frio? Corpo-fechado? Superpoderes? Bem, seja o que for, neste momento eu os invejo!

Já disse, em alguma postagem anterior, que acredito, sermos nada mais, nada menos do que misturas químicas, e como tais, reagimos com esse ou aquele elemento. Me pergunto o que faz com que, de repente, quando pensávamos ser super poderosos, donos do nosso nariz e controladores do nosso destino, sucumbir a pequenas coisas? Pequenas que digo, são na simplicidade do acontecimento. E essas, pequenas coisas conseguem derrubar toda aquela fortaleza que achávamos ser.

Como o nosso amigo Super-Homem, também temos nossas kriptonitas! Não existe uma regra, mas existem kriptonitas comuns. Quem não sucumbe a um fato triste na família ou com amigos, a uma morte, a um término de relacionamento, a uma falência financeira, a descoberta de uma doença grave ou a um simples adeus?

Alguns são mais resistentes, mais controlados, ou simplesmente mais fortes mesmo. Outros, como é o meu caso, levam tempo para se recompor de algumas coisas. Descobri minha kriptonita, mas é claro que não vou revelá-la! E estou, como o nosso herói dos quadrinhos, completamente prostrado, me arrastando para escapar do problema, mas como distanciar-se de algo que está dentro de si e que vai minando suas forças? Só mesmo buscando forças em outro ponto interno, mas entre essa busca e o encontro, podem passar dias, semanas, ou seja, o tempo necessário de cada um. E até lá, a sobrevivência, como dizia Clarisse Linspector , é quase que insuportável.

A propósito, estou aceitando doações para a aquisição de um pacote de uma semana no Club Med ou em qualquer resort cinco estrelas.

Beijos e abraços.

sábado, 21 de junho de 2008

CARTAS DE AMOR 2


Em consideração aos meus três leitores, tenho que pedir desculpas, afinal na postagem anterior (CARTAS DE AMOR), não divaguei em nada, só divulguei acontecimentos de minha vida. Mas justifico aqui que tive medo de continuar e criar um texto muito longo, que poderia cansar um pouco.

Agora que foi dada uma pausa, resolvi divagar um pouco sobre o assunto.
No filme “Sex And The City” a personagem principal encontra-se, em dado momento, com um livro que seria uma compilação das cartas de amor escritas por grandes personagens históricos, como Napoleão, Bethoven, etc. Eu mesmo recebi de presente, certa feita, a edição de Cartas de Amor de Kahlil Gibran, o profeta, à sua amada. Claro que cada um tem seu estilo, uns são mais leves, outros mais profundos, uns mais eruditos, outros coloquiais, uns floream, outros são extremamente diretos. Mas no fundo todas dizem as mesmas coisas:a importância do outro, o quanto nossa vida mudou ou foi afetada positivamente com sua presença, e claro a falta que esse amor poderá nos fazer.

Já confessei que escrevi várias cartas de amor e que também as recebi. Deixarei claro aqui que, não vou me prender ao tipo físico da mesma, em papel de carta, feita à mão e em envelope, porque uma carta de amor, na verdade pode estar em um simples cartão de comemoração de alguma data festiva, ou num e-mail, mas certamente, tem que ter uma consistência, afinal um mero post-it escrito "eu te amo" não pode ser considerado, por mais amor que ele esteja querendo expressar, em uma verdadeira carta de amor.

Nos tempos atuais, não sei exatamente como anda a dinâmica das cartas. Quando se é jovem, os sonhos ainda são o combustível para tudo. A medida que se vai envelhecendo, vivendo, convivendo e aprendendo, os sonhos vão se tornando verdades e exemplos, e isso muda muita coisa. Digo isso, porque não sei se serei capaz de escrever outra vez uma carta, como a que escrevi para a Ana Cristina, aos 11 anos. Dedicando a ela todo o meu amor e minha devoção e acreditando que seríamos felizes para sempre, afinal ela mesmo me abandonou logo depois.

E você, já escreveu sua carta de amor hoje?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

CARTAS DE AMOR


Recebi recentemente uma carta de amor. Isso mesmo! Não foi um e-mail, não foi um cartão do dia dos namorados, mas uma carta escrita a mão. Em folha de caderno e com envelope e tudo!

Existe um lado muito lisonjeiro deste gesto, o de receber a carta, porque imagino, no mundo de hoje, informatizado e com uma carência enorme de gestos de gentileza, alguém se predispôe a, de maneira, tosca e arcaica como diriam todos os adolescentes, redigir em duas folhas uma carta.

Lembro-me da primeira carta de amor que escrevi, tinha 11 anos, minha amada chamava-se Ana Cristina, haviamos nos beijado recentemente, meu primeiro beijo apaixonado. Não lembro o teor, mas acredito tenha sido algo contundente, pois dias depois fui chamado à casa da mesma e na presença do pai, tive que me apresentar e provar que era um garoto de respeito. Foi um namoro longo, lembro que sempre, que possível, estava eu lá, com minha Calói, na porta da escola, para pegá-la e levá-la "sã e salva" para casa.

Porém um dia, sou chamado à mesma casa, e informado de que a família iria mudar-se para Portugal em breve. E logo, não sei exatamente quanto tempo, voltei a condição de "oficialmente abandonado". Lembro-me de ter escrito uma carta de despedida, incluindo nela esta foto que ilustra a postagem, e que tem até hoje a dedicatória escrita no verso, porém não consegui entregar. Foi minha segunda carta de amor, e a primeira de muita tristeza.

Muitas outras cartas de amor foram recebidas e enviadas em minha vida, sempre me apaixonei facilmente e sempre gostei de deixar claro no papel, as minhas intenções. Mesmo que por diversas vezes tenha me dado mal! Outro dia, encontrei dentro de um caderno do ginásio (atual ensino médio) o rascunho de uma que escrevi. Era muito bonita, mas parecia mais um pedido de desculpa pelo sentimento do que a declaração do mesmo. Não me lembro se a entreguei. Nem se tive resposta.



Faz tempo não redijo nenhuma, apenas escrevi uma em resposta a essa que recebi recentemente, porém, apesar de ter sido com muito carinho, não foi mais uma carta de amor e sim um agradecimento pelo sentimento despertado, porém não recíproco.

E a Ana Cristina? Depois que ela foi para Portugal eu nunca mais soube do seu paradeiro, até porque o banco do carona da minha Calói, não ficou muito tempo vazio.

sábado, 14 de junho de 2008

OPÇÃO SEXUAL


Sou assinante da revista Época. Tudo bem que poderia ter sido da Veja, da Caras, da Marie Claire, da Playboy, etc. Isso para mim é uma opção. Escolhi ser assinante desta revista, que por três edições trouxe à baila, na primeira foi até capa, o relacionamento homossexual de dois militares.

Não virei aqui defender bandeiras, sejam elas de quatro cores ou com todas as cores do arco-iris. Mas não posso deixar de tecer um comentário sobre o termo: opção sexual. Já é mais do que claro, para todos, que ser gay, na sociedade machista que vivemos, nunca foi algo bem vindo. Quantos filhos não foram expulsos de casa? Quantos não foram agredidos, presos e até mortos, mundo afora, por deixarem claro sua "opção sexual". Então eu pergunto por que chamam de opção algo que, não vou dizer todos, mas muitos sabiam iria trazer tristeza e sofrimento e mesmo assim não optaram por ser hétero! Então todos os gays são mazoquistas, certo?

Imagino a seguinte situação: um dia qualquer de sol, ou de chuva, o menino ou a menina, olhando pela sua janela, vendo os carros passarem, as pessoas se esquivando dos pingos, no caso de estar chovendo, divaga sobre ser heterossexual, constituindo assim, a tão esperada família, com marido, ou mulher, filhos e todo o apoio que a sociedade pode dar. Ou então ser gay, e enfrentar todo o tipo de preconceito e dificuldades. Ai ela ou ele, opta por ser gay. Afinal quem quer uma vidinha tranquila? É assim que acontece?

Nem sei quem inventou esse termo, mas da mesma forma que "correr risco de vida", ele é usado como se fosse a idéia mais acertada sobre a situação sexual dos homossexuais. Querem falar bem, querem falar mal, façam, a liberdade de expressão existe para isso, mas por favor vamos, ao menos, usar termos que definam melhor e que não deixe no ar essa idéia de que alguém escolheu ser hetero, gay, branco, preto, amarelo, inteligente, forte, frágil, etc. São características natas de uma pessoa, e não produtos escolhidos em prateleiras de supermercados!


Já vi que vai rolar gozação, mas o blog foi criado para isso mesmo(risos)!

Beijos e abraços!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

EFEITO PSICOLÓGICO



Voltando do trabalho à noite, no carro com um colega, o mesmo noticiou-me que havia casado no sábado anterior. Me surpreendi, porque ele mesmo há muito tempo já havia comentado que era casado! Indaguei sobre essa dúvida e sua explicação foi que já morava junto há um bom tempo, mas nesse final de semana havia feito uma reunião entre as famílias de sua “esposa” e dele, e que com isso havia oficializado o casamento. Ahhh, então quer dizer que você casou no cartório? Perguntei. Não, ele respondeu. Hummm então foi uma reunião religiosa, casou-se perante algum padre, rabino, pastor, etc? Não, respondeu ele de novo! Ué, não entendi, o que mudou da situação anterior, para você me dizer que estão casados? Perguntei. É que agora eu me sinto casado, a situação é diferente, oficializamos perante as famílias. Colocamos aliança e ganhei até uma geladeira nova!

Legalmente ou religiosamente nada mudou na vida deste meu colega, mas psicologicamente, parece que houve uma reviravolta, não? Imagino que no dia seguinte, domingo, para ser mais preciso, ele acordou, olhou para sua companheira e deve ter murmurado ao seu ouvido, bom dia minha esposa.

Somos nitidamente influenciados por nosso cérebro, ou por aquilo que ele produz, seja isso verdadeiro ou não. Nosso psicológico funciona de maneira muito potente. Ele é capaz de nos fazer mudar de humor em milésimos de segundos, e é capaz de construir ou arruinar toda nossa vida.

De acordo com uma amiga, que leu um artigo, inglês se não me engano, em uma dessas revistas, nosso otimismo é um fator cerebral, alguns tem muito outros nem tanto. Concordo com o artigo, e ouso, incluir aqui minha teoria de que somos nada mais que uma constituição de elementos e misturas químicas. Ok, ok, com uma alma (papo pra depois)! E tais misturas químicas estão distribuídas em diferentes quantidades em diferentes pessoas. Por isso umas seriam mais otimistas do que as outras, ou mais inteligentes, ou mais agressivas, ou mais faladoras, ou capacitadas com um ou outro dom.

Voltando ao nosso psicológico, alguns já descobriram o seu poder sobre nosso comportamento, tanto que criaram eventos e coisas que mexem com ele, de uma forma ou de outra. Quem, mesmo não sendo católico, não se sente obrigado a comprar um presente de Natal? Isto porque é o “espírito” da ocasião, e não quer ficar de fora. Ou em datas como dia dos pais, das mães ou até como hoje, dia dos namorados, não se sente feliz por ter alguém que possa presentear e homenagear e “meio esquisito” por não ter?

Já passei por muitos 12 de junhos em minha vida, e me recordo de ter tido somente dois, sem ter que jantar, comprar flores ou bombons, ou um presente mais original. Hoje é o segundo.

Alguém tem um lexotan? Risos.

terça-feira, 10 de junho de 2008

RECOMEÇOS



Estar solteiro significa estar a procura! Sim, pois como diz uma amiga: “ninguém quer ficar sozinho”. Um poeta disse que “nenhum homem é uma ilha”, entendi essa definição, como nenhum homem (aqui me refiro a gênero) pode viver sozinho, isolado.

Existe um lado muito bom, neste recomeço. Estar à procura de alguém que combine comigo, ou ao menos que tenha mais prós do que contras, faz com que me sinta um adolescente. Quando conheço alguém, revivo os mesmos medos e as mesmas inseguranças. Ligo? Não ligo? Convido para sair ou espero mais um pouco? O que falo? Como me visto? Conto minhas piadas ou procuro ser mais sério? E quando estivermos juntos, nos amassos, até que ponto vou? Claro que já não sou o adolescente, por isso, todas essas dúvidas são acompanhadas de várias avaliações e grandes debates internos.

Os melhores livros de auto-ajuda e claro, a experiência de muitos e a minha própria, ensina que o melhor é ser autêntico. Claro! De que adiantará criar um personagem que não se sustentará por muito tempo. A gente não deve ser aquilo que não é. Não adianta achar que, ela é maravilhosa, ou ele é perfeito, se essa maravilha de pessoa ou essa perfeição não gostarem de nós como somos! Com todas as nossas imperfeições, porque sendo honesto, todos somos assim, com pequenos detalhes e características que, em alguns casos, beiram à esquisitice mesmo. Risos.

Nesta jornada nos deparamos com diversos novos tipos, alguns jamais imaginados e com figuras típicas do nosso processo de escolha. Isso mesmo, porque sempre há um padrão. Depois de um certo tempo você percebe que acaba escolhendo sempre alguém parecido com a anterior. Ás vezes até fisicamente. Mas padrão ou não, diferente ou não, esquisito ou não. Quando estamos neste recomeço, sentimos aquele gostinho de aventura, que nenhum creme dental poderá dar.

Ahhhhhhh!!!

domingo, 8 de junho de 2008

NEM TODOS OS CÃES SÃO PITBULLS



Sempre gostei muito de televisão, quando criança era aficionado pelos desenhos animados do Hanna Barbera, quem é da minha época vai lembrar que “Não existe nada mais antigo, do que cawboy que dá cem tiros de uma vez, la, la, la ...”. Essa era a música tema, de abertura do Globinho Supercolorido, era tudo! Claro que quando criança, minhas atribuições eram mínimas: estudar, brincar e assistir televisão, como qualquer criança até hoje.
Nada de Internet ou de games super revolucionários, no máximo, um telejogo, War, Banco Imobiliário, Detetive, etc. A noite, em casa, nos restava assistir tv ou ler, sim eu adorava ler, principalmente revistas em quadrinhos, Mônica, Cebolinha e sua turma eram minhas paixões, mas claro que toda a turma do Walt Disney, faziam minha felicidade também. Só passei a gostar mesmo de livros depois dos 11 anos, quando li pela primeira vez o Pequeno Príncipe. Sei que alguns vão torcer o nariz, mas antes um clássico como esse do que as letras de funk de hoje em dia.

Na televisão, o Sítio do Pica-pau Amarelo, foi o que chamo de minha primeira série, depois Dallas, A Feiticeira, Jeanny É Um Gênio, Homem de Seis Milhões de Dólares, e assim por diante foram fazendo minha cabeça quanto à esse gênero televisivo, que para mim era melhor do que as novelas, uma vez que cada episódio era semanal, não me obrigando assim a estar todos os dias diante da telinha, como é o caso da novela.

Fui crescendo e várias outras séries foram adicionadas àquelas, muitas as substituíram, uma vez que há um “tempo de vida” para cada uma. Barrados No Baile, A Gata e o Rato, Alfie o ETeimoso, etc. deixa eu parar por aqui, senão vai ser uma lista muito grande. Porém em 1999, passando por uma fase de baixo astral, após o término de um namoro, ou seja, um pouco fragilizado, fui apresentado, por um casal de amigos, ao Sex And The City, uma série, “voltada” para o público feminino que passava na HBO. Não sei bem se era a Cristina ou o Henrique que gravava, mas eles me emprestaram duas fitas com todos os episódios da primeira temporada. E eu, que não tinha HBO, pois a NET ainda não havia disponibilizado esse canal na época, e no intuito de ocupar minha cabeça com coisas que me fizessem passar o tempo, assisti às tais mulheres de Nova Iorque, à procura do amor, do prazer e do consumo. E gostei. Claro que, tirando vários acessórios e enxugando frivolidades, a série faz pensar!

Algumas atitudes ditas “femininas” se encaixam no que todos fazem, os anseios são identificados por muitos de nós, homens ou mulheres. Quem não vive à procura do prazer, do bem estar, da realização, quer seja ela profissional, quer seja emocional? Claro que o mundo feminino tem idiossincrasias próprias, isto é histórico, é cultural, quando não próprio da feminilidade. Mas conhecer algumas particularidades do pensamento feminino passa a ser um fator interessante, quando não vantajoso até para aquele que quer se dar bem em suas conquistas.

E vamos reconhecer que há todo tipo de homens, desde os mais truculentos aos mais sensíveis, da mesma forma como existem vários tipos de cães, desde os mais ferozes até os mais tranqüilos e amigos. Lembrem-se que já houve um tempo em que futebol era coisa exclusiva de homem. Então dizer que uma série é estritamente feminina nos dias de hoje, é esquecer que vários homens pintam os cabelos, usam brincos, cuidam da casa e dos filhos, é fechar os olhos para as mudanças. E o mundo tá mudando em diversos aspectos.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

LOUCURAS À PARTE


Há poucos dias, levantei a lebre sobre essa dependência da "cara metade", quase arremessei pedras nos que vivem atormentados por essa necessidade, de ter que ter alguém. E hoje, por pura armação do destino assisto a um episódio final de uma série, que acabou faz uns dois anos, mas que por puro descuido não havia conseguido assistir.


Pois bem, o episódio final me levou às lágrimas, porque, como todo bom final feliz, as tramas foram ajeitadas para que os casais, pelos quais torcia dessem certo, realmente se acertassem. Já tinha visto tantas vezes em tantos outros filmes, mas fiquei emocionado quando o ator principal ajoelhou-se e pediu a mão em casamento de sua vizinha. E quando uma das atrizes, aluga uma roda gigante e a leva para a frente da casa do cara com quem ela teve centenas de encontros e desencontros, somente para provar que ela lembrava de onde ocorrera o primeiro encontro dos dois.


Amanhã escrevo uma postagem do hospício, ok?

domingo, 1 de junho de 2008

THE BEST SONGS ARE WRITTEN WITH THE BROKEN HEART





Se as melhores canções são compostas pelos corações partidos, como cantam os Carpenters e as melhores obras são escritas nos momentos de tristeza, como fez e disse Oscar Wild, então agora deveria ser o momento da minha “master piece”, ou seja, obra de arte.
Estou triste! Depois de um grande namoro, de quase cinco anos, que não se sustentou por pura comodidade, tive dois outros à distância, um cujo o ponto de origem e de referência por um ano e meio, foi Floripa, o qual foi um relacionamento que teve seus altos e baixos, mas foi algo que me fez sentir vivo. Pois, por “amor” me aventurei e fiz de tudo para estar lá, peguei avião, fui de carro, fui de ônibus, dormi na estrada, aluguei carro, usei o meu, só não usei os balões do tal padre porque nunca passou pela minha cabeça tamanha besteira. Mas sabe-se lá! Hoje chamo de besteira, mas na época poderia bem ser uma idéia interessante, afinal o padre em algum momento achou, não?

Voltando à minha história. Terminado esse grande amor, que morreu por pura falta de patrocínio e claro, outros “detalhes menores” como algumas incompatibilidades que somente o dia a dia, coisa que não tínhamos, começaram a surgir com a chegada do tempo, tive um segundo namoro. Esse também à distância! Um amigo que é psiquiatra disse que eu, intencionalmente, mas não tão conscientemente queria que fosse assim. Que nada!

Nos conhecemos por acaso e depois de uma semana maravilhosa de romance, sexo, jogos de sedução e carinho, sucumbi, apesar de já saber que não poderia dar certo, a um romance que ultrapassaria fronteiras. Entrei nesse porque foi tudo muito bom, talvez fosse uma das melhores oportunidades da minha vida de construir um “lar”. Inteligência, beleza, bom gosto, requinte, permeavam nossa história, não vou falar do bom sexo, porque crianças podem acessar o blog e depois dizerem que sou safado.

Porém quando assumimos uma relação nesses moldes, precisamos ter uma coisa em mente, que é o projeto de encurtar a distância, a curto prazo, do contrário ela está fadada a fenecer. E foi o que aconteceu.

Hoje estou aqui, às 5h da manhã escrevendo sobre minha “viuvez”. E me sinto super pra baixo. Não sei explicar bem o porquê, uma vez que sou um cara maduro e consciente de todas as razões tanto emocionais quanto físicas, de tais “mortes”. Só estou dando um desconto porque sou um ser humano, e de acordo com artigo que li numa dessas revistas, não nasci para ser racional.

Poderia discorrer aqui sobre minha dor, minhas poucas mas verdadeiras lágrimas, meu desespero em achar que serei um eterno viúvo, minha talvez pouca competência em administrar assuntos do coração e até da vida mundana, mas prefiro pensar em outra coisa. O que me ocorre, no meio de todo esse pequeno furacão emocional é questionar se um dia essa necessidade de estarmos atrelados emocionalmente a alguém é produto da nossa natureza humana ou algo que nos foi incutido com o passar dos tempos!?

Entenda, vou separar aqui duas situações que acho bem distintas: a primeira se refere ao sexo em si, ao desejo, à procriação, a necessidade de perpetuação da espécie. Necessidade inerente a todo animal. E claro, não há condições de existir um sexo de verdade sem a outra parte. Mas para isso, o sexo pode existir independente dos arreios do relacionamento. A segunda situação, versa sobre esse modelo visto no final de todas as novelas, filmes, romances, o chamado par, casal, pombinhos, ou seja lá como queiram descrevê-los.

Me pergunto se meu momento de tristeza é fruto do meu mais profundo e natural comportamento animal, ou se é porque nasci numa sociedade onde tudo me induz a trilhar caminhos de mãos dadas, e no momento estou deprimido porque não tenho essa outra mão para segurar? Como não tenho os carros bonitos, os tênis de marca, o sorriso colgate, a beleza dos modelos.

Será que estou partilhando da mesma dor que uma gordinha, que não consegue ficar esbelta como aquela determinada atriz, sente? Isto não porque ela naturalmente se incomoda em ser gordinha, mas porque cada canal de tv, cada outdoor na rua, cada página de revista a faz entender que ser gordinha não é o certo! Não é o que está na moda, e não estar na moda nos deprime, pois nos faz sentir diferentes, menos afortunados.

A incessante busca do outro, do par perfeito, da outra metade da laranja, é mesmo algo que precisamos, porque não conseguimos sobreviver sem alguém, ou é simplesmente um paradigma da sociedade, sua realização pessoal e sua felicidade devem realmente estar nas mãos de um outro ser, que nem te conhece direito?

Precisamos mesmo de um outro alguém para sermos felizes? Completos? Sempre que vejo algo, seja no cinema, na televisão, ou mesmo quando leio, os motivos que fazem com que a trama siga adiante, ou tenha um sentido, é essa necessidade do encontro da outra pessoa. Seja ela, homem ou mulher, bonito ou feio, inteligente ou pouco esperta, ela sempre é a razão. Mas até que ponto não fomos levados a pensar dessa forma, de que sozinhos não seremos felizes. Quantos finais felizes nos fizeram a cabeça? Até trilha sonora temos!

Os que não estão em par, devem sentir-se menos confortáveis, porque essa situação destoa do modelo oficial? Já ouvi dizer que mulheres que tem filhos, olham para as que não os tem com aquele olhar de desaprovação, como se ter filho fosse o título para participar da sociedade feminina e não tê-los faz da outra, menos mulher. Não quero que minha carteirinha para o clube dos "de bem com a vida", precise existir por conta da minha não solidão.

No entanto sei que a vida é um jogo, um jogo com regras, cada segmento tem seus próprios estatutos, e para podermos participar deles devemos respeitá-las, sim porque senão não seremos reconhecidos como membros desta ou daquela irmandade. Não se pode jogar buraco, sem que as cartas respeitem a lei de formação para os pontos. Existe um livro, do mesmo autor de “O Mundo de Sofia”, o Jostein Gaarder, chamado “O Dia do Curinga”, nele o mundo das cartas de baralho é usado como uma analogia ao nosso, onde ser curinga, significa destacar-se dos outros, pois o coringa pensa diferente, pode ser inserido a qualquer momento em qualquer jogada, mas não pertence a naipe algum.

A pessoa não se torna curinga, ela nasce curinga, um fardo ou privilégio com o qual ela terá que saber viver, mesmo que seja uma vida solitária. Ai, ai, ai...