Frase da Semana

"A MINHA FELICIDADE DEPENDE DA QUALIDADE DOS MEUS PENSAMENTOS"





domingo, 1 de junho de 2008

THE BEST SONGS ARE WRITTEN WITH THE BROKEN HEART





Se as melhores canções são compostas pelos corações partidos, como cantam os Carpenters e as melhores obras são escritas nos momentos de tristeza, como fez e disse Oscar Wild, então agora deveria ser o momento da minha “master piece”, ou seja, obra de arte.
Estou triste! Depois de um grande namoro, de quase cinco anos, que não se sustentou por pura comodidade, tive dois outros à distância, um cujo o ponto de origem e de referência por um ano e meio, foi Floripa, o qual foi um relacionamento que teve seus altos e baixos, mas foi algo que me fez sentir vivo. Pois, por “amor” me aventurei e fiz de tudo para estar lá, peguei avião, fui de carro, fui de ônibus, dormi na estrada, aluguei carro, usei o meu, só não usei os balões do tal padre porque nunca passou pela minha cabeça tamanha besteira. Mas sabe-se lá! Hoje chamo de besteira, mas na época poderia bem ser uma idéia interessante, afinal o padre em algum momento achou, não?

Voltando à minha história. Terminado esse grande amor, que morreu por pura falta de patrocínio e claro, outros “detalhes menores” como algumas incompatibilidades que somente o dia a dia, coisa que não tínhamos, começaram a surgir com a chegada do tempo, tive um segundo namoro. Esse também à distância! Um amigo que é psiquiatra disse que eu, intencionalmente, mas não tão conscientemente queria que fosse assim. Que nada!

Nos conhecemos por acaso e depois de uma semana maravilhosa de romance, sexo, jogos de sedução e carinho, sucumbi, apesar de já saber que não poderia dar certo, a um romance que ultrapassaria fronteiras. Entrei nesse porque foi tudo muito bom, talvez fosse uma das melhores oportunidades da minha vida de construir um “lar”. Inteligência, beleza, bom gosto, requinte, permeavam nossa história, não vou falar do bom sexo, porque crianças podem acessar o blog e depois dizerem que sou safado.

Porém quando assumimos uma relação nesses moldes, precisamos ter uma coisa em mente, que é o projeto de encurtar a distância, a curto prazo, do contrário ela está fadada a fenecer. E foi o que aconteceu.

Hoje estou aqui, às 5h da manhã escrevendo sobre minha “viuvez”. E me sinto super pra baixo. Não sei explicar bem o porquê, uma vez que sou um cara maduro e consciente de todas as razões tanto emocionais quanto físicas, de tais “mortes”. Só estou dando um desconto porque sou um ser humano, e de acordo com artigo que li numa dessas revistas, não nasci para ser racional.

Poderia discorrer aqui sobre minha dor, minhas poucas mas verdadeiras lágrimas, meu desespero em achar que serei um eterno viúvo, minha talvez pouca competência em administrar assuntos do coração e até da vida mundana, mas prefiro pensar em outra coisa. O que me ocorre, no meio de todo esse pequeno furacão emocional é questionar se um dia essa necessidade de estarmos atrelados emocionalmente a alguém é produto da nossa natureza humana ou algo que nos foi incutido com o passar dos tempos!?

Entenda, vou separar aqui duas situações que acho bem distintas: a primeira se refere ao sexo em si, ao desejo, à procriação, a necessidade de perpetuação da espécie. Necessidade inerente a todo animal. E claro, não há condições de existir um sexo de verdade sem a outra parte. Mas para isso, o sexo pode existir independente dos arreios do relacionamento. A segunda situação, versa sobre esse modelo visto no final de todas as novelas, filmes, romances, o chamado par, casal, pombinhos, ou seja lá como queiram descrevê-los.

Me pergunto se meu momento de tristeza é fruto do meu mais profundo e natural comportamento animal, ou se é porque nasci numa sociedade onde tudo me induz a trilhar caminhos de mãos dadas, e no momento estou deprimido porque não tenho essa outra mão para segurar? Como não tenho os carros bonitos, os tênis de marca, o sorriso colgate, a beleza dos modelos.

Será que estou partilhando da mesma dor que uma gordinha, que não consegue ficar esbelta como aquela determinada atriz, sente? Isto não porque ela naturalmente se incomoda em ser gordinha, mas porque cada canal de tv, cada outdoor na rua, cada página de revista a faz entender que ser gordinha não é o certo! Não é o que está na moda, e não estar na moda nos deprime, pois nos faz sentir diferentes, menos afortunados.

A incessante busca do outro, do par perfeito, da outra metade da laranja, é mesmo algo que precisamos, porque não conseguimos sobreviver sem alguém, ou é simplesmente um paradigma da sociedade, sua realização pessoal e sua felicidade devem realmente estar nas mãos de um outro ser, que nem te conhece direito?

Precisamos mesmo de um outro alguém para sermos felizes? Completos? Sempre que vejo algo, seja no cinema, na televisão, ou mesmo quando leio, os motivos que fazem com que a trama siga adiante, ou tenha um sentido, é essa necessidade do encontro da outra pessoa. Seja ela, homem ou mulher, bonito ou feio, inteligente ou pouco esperta, ela sempre é a razão. Mas até que ponto não fomos levados a pensar dessa forma, de que sozinhos não seremos felizes. Quantos finais felizes nos fizeram a cabeça? Até trilha sonora temos!

Os que não estão em par, devem sentir-se menos confortáveis, porque essa situação destoa do modelo oficial? Já ouvi dizer que mulheres que tem filhos, olham para as que não os tem com aquele olhar de desaprovação, como se ter filho fosse o título para participar da sociedade feminina e não tê-los faz da outra, menos mulher. Não quero que minha carteirinha para o clube dos "de bem com a vida", precise existir por conta da minha não solidão.

No entanto sei que a vida é um jogo, um jogo com regras, cada segmento tem seus próprios estatutos, e para podermos participar deles devemos respeitá-las, sim porque senão não seremos reconhecidos como membros desta ou daquela irmandade. Não se pode jogar buraco, sem que as cartas respeitem a lei de formação para os pontos. Existe um livro, do mesmo autor de “O Mundo de Sofia”, o Jostein Gaarder, chamado “O Dia do Curinga”, nele o mundo das cartas de baralho é usado como uma analogia ao nosso, onde ser curinga, significa destacar-se dos outros, pois o coringa pensa diferente, pode ser inserido a qualquer momento em qualquer jogada, mas não pertence a naipe algum.

A pessoa não se torna curinga, ela nasce curinga, um fardo ou privilégio com o qual ela terá que saber viver, mesmo que seja uma vida solitária. Ai, ai, ai...

Um comentário:

Ana Paula Cardoso disse...

Antony, Antony..ninguém gosta de estar sozinho. Ponto. Ao mesmo tempo, por causa desse 'medo' de não se enquadrar nos modelos da 'normalidade' muita gente aguenta relações nada felizes. Acho bacana enfrentar o fantasma. Vc o fez lindamente em seu post. Mas veja o lado bom: a vida é feita de ciclos e vc teve 3!!! amores seguidos, faça-me o favor, não é? Tá reclamando de que !!???De vez em quando é bom dar um tempo e quando a gente menos espera ( e isso é verdade e vc já provou ) pinta uma romamce bem legal.