Frase da Semana

"A MINHA FELICIDADE DEPENDE DA QUALIDADE DOS MEUS PENSAMENTOS"





quarta-feira, 18 de junho de 2008

CARTAS DE AMOR


Recebi recentemente uma carta de amor. Isso mesmo! Não foi um e-mail, não foi um cartão do dia dos namorados, mas uma carta escrita a mão. Em folha de caderno e com envelope e tudo!

Existe um lado muito lisonjeiro deste gesto, o de receber a carta, porque imagino, no mundo de hoje, informatizado e com uma carência enorme de gestos de gentileza, alguém se predispôe a, de maneira, tosca e arcaica como diriam todos os adolescentes, redigir em duas folhas uma carta.

Lembro-me da primeira carta de amor que escrevi, tinha 11 anos, minha amada chamava-se Ana Cristina, haviamos nos beijado recentemente, meu primeiro beijo apaixonado. Não lembro o teor, mas acredito tenha sido algo contundente, pois dias depois fui chamado à casa da mesma e na presença do pai, tive que me apresentar e provar que era um garoto de respeito. Foi um namoro longo, lembro que sempre, que possível, estava eu lá, com minha Calói, na porta da escola, para pegá-la e levá-la "sã e salva" para casa.

Porém um dia, sou chamado à mesma casa, e informado de que a família iria mudar-se para Portugal em breve. E logo, não sei exatamente quanto tempo, voltei a condição de "oficialmente abandonado". Lembro-me de ter escrito uma carta de despedida, incluindo nela esta foto que ilustra a postagem, e que tem até hoje a dedicatória escrita no verso, porém não consegui entregar. Foi minha segunda carta de amor, e a primeira de muita tristeza.

Muitas outras cartas de amor foram recebidas e enviadas em minha vida, sempre me apaixonei facilmente e sempre gostei de deixar claro no papel, as minhas intenções. Mesmo que por diversas vezes tenha me dado mal! Outro dia, encontrei dentro de um caderno do ginásio (atual ensino médio) o rascunho de uma que escrevi. Era muito bonita, mas parecia mais um pedido de desculpa pelo sentimento do que a declaração do mesmo. Não me lembro se a entreguei. Nem se tive resposta.



Faz tempo não redijo nenhuma, apenas escrevi uma em resposta a essa que recebi recentemente, porém, apesar de ter sido com muito carinho, não foi mais uma carta de amor e sim um agradecimento pelo sentimento despertado, porém não recíproco.

E a Ana Cristina? Depois que ela foi para Portugal eu nunca mais soube do seu paradeiro, até porque o banco do carona da minha Calói, não ficou muito tempo vazio.

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