Não faz muito tempo, estava me sentindo, um patinho feio no meio da multidão. Não por me considerar um futuro cisne, mas sim por me sentir em local errado, na hora errada. Uma imagem melhor seria, de mim, completamente vestido em uma praia de nudismo, ou o contrário!
Meus patinhos feios são assim, momentos em que me pergunto se deveria estar ali, como se não me identificasse com a situação ou as pessoas. Não é a primeira vez. Já troquei de “tribos” diversas vezes. Trabalhei num banco e tive amigos, pessoas que freqüentavam minha casa e hoje, não tenho o telefone atual de nenhum deles! Escrevi e participei de peças teatrais infantis, com um grupo de amigos, faz anos que não sei de nenhuma dessas pessoas. Durante minha vida fiz “amizades” super próximas, onde sabíamos tudo da vida um dos outros, nos divertimos em baladas e mais baladas. E hoje, nem nas baladas nos encontramos mais.
Estou para perguntar ao meu analista o que isso significa. Se eu não consigo manter meus amigos?. Se eu sou uma pessoa inconstante, que necessita de mudanças de tempos em tempos, inclusive mudanças de pessoas. Ou se isso é normal e eu estou fazendo um drama por pouco.
Recentemente estive com um grupo de amigos de escola, todos casados e com suas respectivas famílias e filhos, e eu ali, solteiro, sem as experiências de fraldas e vida a dois, para partilhar. Mantive-me em silêncio na maior parte do tempo. Falei pouco do meu trabalho, apesar de ter muito o que contar. Falei nada da minha vida. Apesar do tempo que não nos víamos, permitir enredo para vários livros. Fiquei triste, a idéia do encontro seria de resgatar e dar continuidade a amizade que começou na escola. Mas naquele momento eu pensava se isso seria possível, sentindo o que sentia.
Sei que não posso me dar ao luxo de abrir mão de amizades, no entanto é imprescindível que essas amizades sejam calcadas em atualidades e não somente em reminiscências do passado e que possamos estar presentes na vida uns dos outros.
Talvez eu não seja um “patinho fora d’água” , mas sim tenha percebido que as vidas seguem rumos diferentes e que nem sempre podemos acompanhar todos.
Well... vou pensar mais sobre isso!
Um comentário:
Meu caro amigo.
Penso que não existe patinho fora dágua nessa história, isso é um estado de Espírito (que, nesse caso, nem Santo é)...
Você estava triste sim, todos repararam. Na verdade, já chegou assim. Foi o último a se juntar, o primeiro a ir embora...
Amizade de verdade, Carioca, não tem idade, é imune ao tempo. Nesses casos, o passado serve não apenas como alegre nostalgia, mas também para balisar o futuro. Que é a gente quem faz e não obra do acaso.
Enquanto houver vida, haverá tempo para mudanças. é só querer. Se não gostar mude!
Tudo bem, é verdade que a gente muda com o tempo e as influência que recebemos, mas a essência de cada um se preserva. Você sempre saberá com quem pode contar. Mais importante do que tentar entender os caminhos trilhados por cada um e comparar com nossos próprios, é buscar incessantemente a felicidade(creia-me, casamento e filhos muitas vezes nos são designados sem planejamento ou desejo, simplesmente acontecem). E, se possível, tentar compreender nosso papel nessa ciranda toda. O seu não me parece obscuro nem tampouco indefinido, pelo contrário, me soa como música de primeira grandeza.
Tomara você consiga um dia perceber e encontre o sentido de ser ou a felicidade que tanto procura.
Ah, é não se esquece dos teus amigos por aqui. É verdade que a distância e o estilo de vida impõem rotinas diferentes, mas o coração, a alma, o respeito, o carinho e o bem querer ainda são os mesmos e sempre o serão.
Tá bom, acho você mais feio do que eu, mas somos todos patos. Uns voam melhor que outros, que por sua vez nadam melhor que aqueles que rebolaram até aprender a andar bem. Por isso, não se frustre, tudo bem não saber nadar e sentir-se um pato fora dágua, você anda e voa bem pra caramba, meu amigo!
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